Madrugada longa
abrasa inesquecíveis
momentos só nossos.
Beijo-te o corpo
quente, nu inteiro,
bem lentamente.
Arrebatadores são
os teus gemidos,
até que estremeces,
até que estremeço.
Como se as estrelas
à Terra descessem
e ao céu subíssemos.
E olhando, assim,
no fundo mar dos olhos teus,
eu, de profundo amor,
acaricio-te toda, como se fosses
perfeita obra vivente
que terminou o escultor.
Sorvo o suor perfumado
que vem de dentro de ti,
do âmago de tua alma
como um vinho doce
que desce dos teus seios,
deposita-se na taça
ao redor do teu umbigo,
sacio-me em ti.
Meus desejos não têm fim,
minhas mãos te recolhem,
meus braços te acolhem,
te protejo e te arrasto,
te beijo de novo,
te cheiro e te inspiro,
tornou-se meu vício.
Meu corpo invade o teu.
Te penetro.
Deliro. Deliras.
Quando chega a luz
do sol pela manhã
e corta o vidro da janela,
no quarto ainda é verão,
faz verão em nossos corpos.
E o cansaço te entrega
em meus braços.
Sinto-me ainda inteiro
dentro de ti.
Não há mais segredos
no teu corpo de desejos.
Acordamos, enfim,
para o novo dia,
e como se crianças
incansáveis fôssemos,
incansáveis fôssemos,
nos amamos outra vez.
- JD /
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