Quando a vejo
vestida assim, linda,
- roupa de balada -
penso: aonde irá hoje,
com quem passará a noite,
e que sortudos lábios irão beijá-la,
a quem se entregará
sem pensar em mim?!
E de manhã, sozinha,
acordará para a vida
entre edredons
e lençóis manchados
de gozo, de momentos,
ainda suada de prazer,
ou de vergonha, ou de traição.
Repenso: preciso apenas
do seu modesto coração
para bater no meu peito
doente e apaixonado,
até que eu morra de amor,
o amor que ela conheceu,
mas que pouco sentiu
e que até agora o desprezou.
- João de Deus Santana